sábado, 3 de outubro de 2009

Réquiem para um sonho

Para começar o mês de outubro com grande estilo vou comentar aqui uma verdadeira obra-prima que assisti recentemente. Trata-se de Réquiem para um sonho (Requiem for a Dream, 2000) do ótimo Darren Aronofsky.

Antes de qualquer coisa, Réquiem é uma espécie de prece ou música pelos mortos. Com essa definição em mãos, temos um título bastante sugestivo e paradoxal, que dá margem a milhares de interpretações que chegam sempre num ponto comum: para se chegar ao sonho, passamos pela morte.


O filme gira em torno de basicamente quatro pessoas: Sara Goldfarb (Ellen Burstyn, brilhante) é uma idosa que tem uma vida centrada na televisão. A única coisa que ela faz é assistir TV e conversar com suas outras amigas. Ela tem um filho viciado chamado Harry (Jared Leto, ótimo). Seu filho tem um amigo fiel (Marlon Wayans) e uma namorada (Jennifer Connelly), ambos também viciados. É no cotidiano sombrio desses personagens onde Aronofsky orquestra uma história de desespero, sofrimento e vício.

No filme, é interessante como Aronofsky trata todos os vícios da mesma forma. Não importa se é vício por drogas, remédios ou televisão: aqui, eles são tratados com vícios de fato, tudo é a mesma coisa só mudando a fonte.

Sobre os aspectos técnicos da obra, não podemos deixar de ressaltar a ótima direção de Darren Aronofsky (que esse ano tratou de fazer outra obra prima, O Lutador). A música Lux Aeterna é simplesmente sensacional, inserida na narrativa de tal forma que se encaixa perfeitamente com a atmosfera do filme. É um tema hipnotizante, assustador e opressivo. Simplesmente genial.


O desempenho do elenco é fantástico, mas quem realmente se destaca é Ellen Burstyn. É uma performance brilhante e inesquecível que merecia um Oscar (perdeu, INJUSTAMENTE, para Julia Roberts). A degradação da personagem de Ellen é assustadora e só uma atriz como ela poderia interpretar uma personagem tão difícil. Eu arrisco dizer que essa é uma das melhores performances de todos os tempos, ou talvez a melhor da década!


A maioria das cenas do filme vai grudar em sua cabeça, mas vale a pena ressaltar aqui os dez minutos finais do filme. É aqui que toda a genialidade de Aronofsky e do elenco afloram numa sequência de cenas impressionantes e aterrorizantes de fato. Ao som de Lux Aeterna o epílogo dos personagens é apresentado numa edição opressiva e aterrorizante. Uma verdadeira aula de edição e de cinema.


Enfim, Réquiem para um Sonho é um daqueles filmes que marcam a pessoa para sempre. Trata-se de um filme poderoso, conduzido por uma equipe sensacional e competente. Uma obra de arte.

4 comentários:

  1. Obrigado mesmo pela visita, gostaria de que fosse meu 'seguidor' no meu blog, seu universo aqui é fantastico!gosto muito..REQUIEM é um filme intenso, um marco! abs

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  2. Uau, eu acho que você definiu esse filme perfeitamente: um marco! Pode deixar amigo, seu blog já virou endereço obrigatório! Abraços e continue visitando aqui amigo.

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  3. Meu filme favorito!! Bem que vc floou que iria dedicar um post especial pra ele. Réquiem é fenomenal, acho que nunca sairá do top da minha lista. *-*

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  4. Outra coisa que percebi revendo o filme, todos os personagens terminam deitados em posição fetal.

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