domingo, 26 de abril de 2009

Com as próprias mãos 3


Reconheço que Com as próprias mãos 3 (Walking Tall: Lone Justice,2008) é surpreendente. Quando comecei a assistí-lo, esperava um lixo completo, picaretagem das boas. Mas, o filme está longe de ser tudo isso, sendo uma surpresa positiva.
O filme acompanha a trama batida de queima de arquivo realizada por um traficante latino. Uma policial envolvida no caso sofre um atentado, e seu namorado (o carismático Kevin Sorbo), um conhecido xerife da região, resolve fazer justiça com as próprias mãos, pela terceira vez!


Tudo bem, o filme é bem limitado. Algumas partes da trama são descobertas pelo telespectador mais atento, porém não prejudica a diversão. As cenas de ação (a melhor delas é a do hospital) e a fotografia estilo "The Shield", dão dinâmica ao filme.

Aliás, o herói do filme é interpretado por Kevin Sorbo que entrega uma interpretação simpática e bacana. Para quem não se lembra dele, ele foi o Hércules daquela série que passava na televisão, com um visual trash igual ao da Xena (se você não conhece ambos os seriados, procure tratamento). Ele também fez a ótima série Andromeda.

Essa é uma obra que agrada aos fãs de filme de ação e aos menos exigentes, sendo um passatempo divertido para assistir um sábado à noite.

Madrugada dos Mortos


Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead, 2004) é um filme correto de horror. Possui bons momentos de tensão (a cena inicial, por exemplo) e um elenco bem bacana, porém não passa disso. Zack Snyder mostra segurança e respeito pelo material, pecando apenas em mostrar zumbis turbinados iguais aos da série Extermínio.


A história é idêntica ao clássico de 1978: uma epidemia de zumbis que deixa um grupo de sobreviventes ilhados num shopping center. O filme original de George Romero era uma crítica fantástica à sociedade americana e o consumismo exagerado. Mesmo depois de mortos, as pessoas íam até as lojas; nessa refilmagem, predominam os sustos e correria para agradar a garotada. Nem mesmo as boas doses de sangue e tripas do original é repetida nesse aqui.

Estou sendo muito crítico com o filme, pois trata-se de uma refilmagem desnecessária de um clássico que permanece atual até hoje. Apesar disso, Madrugada dos Mortos se mantém acima da média da maioria dos filmes da atual safra de terror. Alugue sem medo, mas não espere por muita coisa.

domingo, 19 de abril de 2009

Refilmando... O Justiceiro

O conceito desse artigo é muito simples: como refazer os filmes que não deram certo? Qual seria a escolha de elenco e diretor ideais para refilmar a obra? Trata-se apenas de uma proposta de realização de um filme tirada de minhas opiniões pessoais; a maneira como eu gostaria que o filme fosse realizado. Vale lembrar que esse tipo de matéria foi criada pela Revista Set, que sempre realizou esse tipo de artigo...

Que tal começarmos com o último filme comentado: O Justiceiro. Como seria, para mim, o filme perfeito d'O Justiceiro? Confira abaixo, e depois comente se você concorda ou não com minhas escolhas.
O Justiceiro (The Punisher)

Acredito que recontar a história dele seria um erro. Afinal, já são 2 filmes que tentaram isso. Eu procuraria seguir os passos que o último filme seguiu, com um pequeno detalhe: mais realismo e menos histeria. Apresentaria novamente o vilão Jigsaw e tentaria analisar o psicológico do personagem, mostrando em flashes o passado de Frank Castle.

Elenco:

Frank Castle - Thomas Jane

Thomas Jane é, para mim, a encarnação literal do personagem. Ele mostrou que não brinca em serviço (vide o excelente The Mist) e tem potencial para cenas dramáticas. O ator passa segurança no papel que finalmente alavancaria seu nome para o primeiro escalão de Hollywood.
Jigsaw - Aaron Eckhart
Aaron Eckhart marcou presença n'O Cavaleiro das Trevas com seu sensacional Harvey Dent. Imaginem como seria ele no papel do homicida Jigsaw, que tem seu rosto desfigurado depois de brigar com O Justiceiro. Além de ter talento de sobra para o papel, seria interessante ver a maquiagem dele após seu acidente. Já valeu o ingresso.

Microchip - Wayne Knight

Ele foi o escolhido no último filme e merece o papel. Pode servir como um elo mais leve da história e o comediante Wayne Knight é a escolha perfeita.

Lynn Michaels - Malin Akerman

A gata Malin Akerman já mostrou seu charme em Watchmen. No filme d'O Justiceiro, ela só deveria aparecer uniformizada ao final da obra, podendo ser o par romântico de Castle. Durona, o ápice da obra seria quando Jigsaw supostamente a matasse, despertando a ira d'o Justiceiro. No fim da película, ela surgiria como a Lady Punisher, um gancho para o próximo filme.

Moon Knight - Thomas Gibson



Na onda de lançar vários personagens que tem potencial para ter seu próprio filme, o Cavaleiro da Lua seria a escolha ideal, com um visual bacana e história bem legal, desconhecida do grande público. Já foi parceiro do Justiceiro em algumas histórias, justificando sua ponta no filme. Como não iria aparecer sem seu uniforme, o galão Thomas Gibson emprestaria sua marcante voz para o herói, podendo ser trocado numa futura produção solo da Marvel.

Direção: James Wan

Após ter dirigido Sentença de Morte, esse cara tem crédito comigo. Esquecendo qualquer tipo de firulas com a câmera, Wan deveria impor toda a violência realista do universo de Frank Castle e, ao mesmo tempo, explorar o lado sentimental do personagem sem transformar o filme num drama chato e banal.

O Justiceiro

Um dos maiores defeitos dessa adaptação do anti-herói da Marvel O Justiceiro (The Punisher, 2004) é o roteiro frouxo. Tudo bem que os produtores do filme capricharam na violência e nas referências às origens do herói (apesar de certas liberdades criativas, que irritaram os fãs xiitas), porém o desenrolar da história é bem previsível e piegas.

A história é bem simples: Frank Castle (ótima interpretação de Thomas Jane) é um policial que após envolver-se numa operação que culmina na morte do filho do mafioso Howard Saint (John Travolta), vê sua família ser massacrada pelo bandido. Ele sobrevive após tomar uma surra impressionante e retorna para fazer justiça.

Muitos podem dizer que a história é batida, porém esse é o universo d'O Justiceiro. Ele cumpre o papel de vingador, ao estilo de Charles Bronson na série Desejo de Matar. Aliás, as semelhanças entre os dois filmes e o mais recente Sentença de Morte são bastante notáveis.

Entre as melhores cenas do filme, a luta dele com o clássico vilão O Russo (vivido pelo wrestler Kevin Nash) é violental, brutal e cruel, elementos indispensáveis no universo de Frank Castle. A morte da família dele é também muito violenta.

Talvez, se o filme tivesse sido tratado com mais fidelidade ao universo do herói, teríamos uma obra tão séria e brutal como o último Batman. Já são três tentativas de levar o personagem para as telas: a primeira foi na era dos filmes medíocres da Marvel (entre o final da década de 80 e o início dos anos 90), numa produção onde o "ator" Dolph Lundgren encarnava o herói; a segunda tentativa foi essa aí de 2004; a última foi em 2008 (que eu estou curioso para conferir, apesar da péssima bilheteria nos EUA).
Espero, sinceramente, que O Justiceiro ganhe uma adaptação decente e fiel aos quadrinhos. Para quem ficou francamente decepcionado com esse filme, sugiro que confira Sentença de Morte, uma obra bastante superior e de temática semelhante.

sábado, 18 de abril de 2009

Rastros de Ódio

Após um tempo sem postar críticas (provas do colégio e genéricos), estou de volta, comentando os filmes que assisti nesse período e, sem dúvida alguma, o melhor deles foi Rastros de Ódio (The Searchers, 1956), dirigido por John Ford.

Ethan (John Wayne, brilhante) é um soldado que volta temporariamente para a casa de seu irmão. Percebe-se claramente que ele não é muito bem-vindo por ali, causando desconforto entre seus familiares. Após sair com os vizinhos em busca de certos índios, a casa de seu irmão é atacada por indígenas liderados pelo cruel e sanguinário Scar que promove um massacre, sequestrando sua sobrinha mais nova (quando adulta, Natalie Wood). Ethan promove um resgate que se tornará uma epopéia de vários anos, envolvendo lutas, emboscadas, assassinatos e justiça.


Um filme fantástico e lindo. John Wayne constrói um dos personagens mais marcantes da história do cinema; sua motivação em buscar sua sobrinha é chocante e inimaginável, rendendo uma análise profunda e marcante dessa personagem. Jeffrey Hunter também está memorável no papel do mestiço Martin, que sofre todo o tipo de preconceito por parte de Ethan. Sem falar na estonteante Natalie Wood, marcando presença numa das mais bleas cenas do cinema.

Em vários veículos informativos, lê-se que o Monument Valley era um "quintal" para John Wayne. Assistindo a esse filme, vemos como John Wayne se encaixa perfeitamente no papel do complexo Ethan Edwards, inspirado em sua performance.
A jornada empregada pelos heróis do filme é comparável até à feita por Frodo e seus companheiros n'O Senhor dos Anéis. Ethan e Martin são atacados por indígenas, sofrem baixas, cavalgam pelo deserto nas mais diversas condições (sol escaldante ou neve); a história é grandiosa.
Rastros de Ódio é uma obra prima, complexa e dramática, inesquecível para qualquer amante da sétima arte. Abaixo, segue um dos diálogos mais belos do filme, retirado do IMDB.

Ethan: Our turnin' back don't mean nothin', not in the long run. She's alive, she's safe... for a while. They'll keep her to raise her as one of their own till, until she's of an age to...
Martin: Don't you think there's a chance we still might find her?
Ethan: Injun will chase a thing till he thinks he's chased it enough. Then he quits. Same way when he runs. Seems like he never learns there's such a thing as a critter that'll just keep comin' on. So we'll find 'em in the end, I promise you. We'll find 'em. Just as sure as the turnin' of the earth.

sábado, 4 de abril de 2009

Phenomena


Phenomena (idem, 1985) é um dos maiores clássicos de Dario Argento. O filme se passa no interior da Suíça onde uma série de brutais assassinatos estão ocorrendo. Uma jovem sonâmbula com habilidades especiais (Jennifer Connely) e um cientista (Donald Pleasence) começam a investigar essa série de crimes assustadores que estão ocorrendo na região.

O que dizer de um filme tão marcante como esse? Tem uma bela fotografia, excelente direção, trama delirante e trilha sonora perfeita. Sob todos os aspectos, um filme fantástico e incrível.


Entre as cenas mais marcantes do filme destaca-se o clímax da obra que mistura cabeças decepadas, uma piscina de vermes e aberrações humanas. Um verdadeiro delírio visual por parte de Argento, num de seus melhores filmes.
Um destaque para o belo trabalho de Giorgio Armani como diretor de figurino da produção, e para a banda Goblin, que assina a trilha sonora do filme. Uma obra potente e, repetindo o comentário anterior, delirante.

Os Olhos da Cidade são Meus

Eu adoro filmes de terror. Existe algo fascinante em torno do sobrenatural, do desconhecido, que me atrai imensamente. Por esse motivo, sempre estou à procura de bons filmes que possam causar divertimento e pavor genuíno. Sem sombra de dúvida, um desses filmes é Os Olhos da cidade são meus (Angustia, 1988) do cineasta espanhol Bigas Luna.

O filme conta a história do fracassado John (Michael Lerner), um funcionário de uma clínica de oftalmologia. Ele vive com sua mãe (Zelda Rubinstein), que o trata de forma mimada e protetora. Depois de ser demitido, John sob o domínio de sua mãe, começa a atacar as pessoas de sua cidade, arrancando seus olhos para entregá-los à sua mãe. A partir daí, o filme dá uma guinada surpreendente e torna-se um interessante estudo sobre o efeitos hipnóticos do cinema sob as pessoas. Pode parecer um tanto vago o que eu falei acima na sinopse, mas eu não quero revelar os detalhes do filme. O detalhe crucial do roteiro é que a história de John e sua mãe é um filme, que está sendo assistido por um público razoavelmete grande. Então trata-se de um filme dentro de um filme. E existe nessa sessão de cinema um assassino psicótico (vivido por Àngel Jové), que começa a matar as pessoas dentro do cinema, como John está fazendo no filme.
Existem certos momentos em que o diretor brinca com nosso subconsciente ao misturar as duas tramas. Sem contar as cenas de hipnose da mãe de John que realmente incomodam. No início do filme, surge um aviso intrigante à respeito do filme, contribuindo para a sensação incômoda que só aumenta com o decorrer do filme.
Para os amantes do gore, pode-se dizer que os assassinatos são bastante sangrentos e orgânicos. Michael Lerner não faz feio no papel do manipulável e "frágil" John, assim como Zelda Rubinstein que ficou marcada pelo seu papel no filme Poltergeist, O Fenômeno (1982).

Como curiosidade, o filme foi o vencedor dos festivais de Bruxelas e Avoriaz, além de ter conquistado um Goya de efeitos especiais.
Realmente, um filmaço. Digno de figurar entre os melhores filmes do gênero, Os olhos da cidade são meus proporcionou-me momentos de tensão e pavor genuínos, sentimentos que eu não sentia fazia um bom tempo.