sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Lista - Você está livre hoje?


A presença de bons atores não é sinônimo de bom filme. Eu aprendi essa lição, na base do tapa, ao assistir A Lista – Você está livre hoje? (Deception, 2008), um sério candidato à pior filme da década.


Jonathan (Ewan McGregor) é um contador solitário e infeliz, que faz amizade com um advogado bonitão e boa praça (Hugh Jackman). Wyatt, o advogado, apresenta a Jonathan um mundo de sexo sem compromisso com mulheres lindas, uma espécie de sociedade secreta denominada "A Lista". De fato, Jonathan está numa realidade maravilhosa e ele agradece à Wyatt por ter lhe mostrado esse universo.



O problema é que Jonathan quebra as regras d'A Lista ao se envolver com uma misteriosa mulher (Michelle Williams) de uma maneira que não é permitida (não fazendo sexo). Ele começa a ser perseguido e ameaçado por um dos membros d'A Lista: o próprio Wyatt.


É nesse fiapo de história que o diretor novato Marcel Langenegger constrói um filme cujo adjetivo mais apropriado seja esquecível. Um roteiro horrível e cheio de pontas soltas assinado por Mark Bomback ajuda a comprometer qualquer tentativa de se fazer uma obra decente.


A trama lembra aqueles pornôs softcore de pior qualidade, com o agravante de não haver nenhuma nudez. Belas atrizes como Natasha Henstridge e Maggie Q são desperdiçadas, enquanto Michelle Williams que não é bonita, tenta passar uma imagem de "Femme Fatale" que não cola. Pior ainda são as interpretações de Hugh Jackman e Ewan McGregor, ambos péssimos em seus respectivos papéis.


Enfim, A Lista é uma obra que nem vale a pena a comentar; só estou fazendo isso para prevenir a todas as pessoas que pretendem (ou pretendiam, eu espero) assistir a essa legítima bomba. Pior, impossível.

sábado, 21 de novembro de 2009

Apertem os cintos, o piloto sumiu


Uma comédia sensacional que se tornou um clássico do gênero; Apertem os cintos, o piloto sumiu (Airplane!, 1980) é, provavelmente, um dos filmes mais engraçados que Hollywood já produziu.


A história do filme gira em torno de um provável desastre de avião que irá ocorrer devido ao envenenamento de várias pessoas que estão no vôo, incluindo o piloto e o co-piloto. Cabe a um traumatizado passageiro, ex-piloto de guerra, assumir o controle e pousar o avião.

Essa sinopse curtíssima explica o cerne do filme, sua premissa principal. Mas nessa obra, o que importa não é a análise da situação, mas o estudo de como as pessoas reagirão diante dessa conjuntura imprevisível e caótica. Pode parecer que eu esteja forçando a barra para encontrar um aspecto mais "filosófico" para a obra, porém Apertem os cintos, o piloto sumiu é tão brilhante por explorar todos os estereótipos criados nos filmes de catástrofe: temos o herói traumatizado com uma heroína corajosa, o médico que tenta manter a calma e a razão acima de tudo, passageiro histéricos entre outras caricaturas de pessoas, tão exploradas em filmes como Inferno na Torre e Aeroporto, por exemplo.



Apertem os cintos, o piloto sumiu é também impressionante no que diz respeito à quantidade e qualidade de cenas antológicas; o trio ZAZ (Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker) criou sequências e situações que foram copiadas por outros filmes do gênero.


Quem não se lembra, por exemplo, do piloto que faz comentários pedófilos à um garotinho o tempo inteiro ("Você já esteve numa prisão turca"); ou da cena em que os passageiros resolvem acalmar uma mulher histérica; a sequência em que o herói e a mocinha se conhecem num bar, ao som de Staying Alive. Existem milhares de outras sequências marcantes.


Sem dúvida nenhuma, essa obra é recomendada para quem quiser rir muito e se divertir à beça. Apertem os cintos, o piloto sumiu é uma comédia maravilhosa que, praticamente, criou o subgênero besteirol no cinema.


O Subgênero besteirol (Atualmente)


É impressionante observar como o subgênero besteirol é mal representado atualmente. Desde que Todo Mundo em Pânico fez um estrondoso sucesso em 2000, Hollywood não parou de produzir filmes que parodiavam outros filmes. Para entendê-los era necessário, ao menos ser atualizado nos cinemas.


E o pior foi ver o nível de qualidade desses filmes caindo vertiginosamente. Filmes como Deu a louca em Hollywood (que título é esse?) e Espartalhões mostraram que esse tipo de comédia atingiu o fundo do poço. Alguns exemplares conseguem salvar (O recente Zumbilândia que, de certa forma, parodia os filmes de zumbis e Trovão Tropical), porém a maioria é lixo.


A única coisa que nos resta a fazer é assistir aos filmes bons do gênero e desprezar essas tranqueiras que são lançadas constantemente nos cinemas. Afinal de contas, piadas não deveriam ter prazo de validade, o que é o caso de filmes como Espartalhões, Deu a louca em Hollywood, Super Herói – O filme e muitos outros...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Katyn

O cinema, assim como qualquer outra ferramenta narrativa, é um excelente instrumento para contar histórias, sendo estas verídicas ou não. O diretor polonês Andrzej Wajda sempre fez grandes filmes que falavam a respeito da história da Polônia contemporânea (O Homem de Mármore O Home de Ferro – os dois que eu conheço). Seu último filme, Katyn (idem, 2007) segue essa mesma linha, contando, pela primeira vez na história do cinema, o massacre de Katyn.


O filme começa no ano de 1939, o início da Segunda Guerra Mundial. A Polônia acaba de ser invadida tanto pelos nazistas quanto pelos soviéticos. A primeira cena já é, de cara, uma metáfora arrebatadora: temos poloneses numa ponte fugindo dos nazistas; do outro lado, temos poloneses fugindo dos soviéticos; um povo cercado dos dois lados, sem escapatória.


Os soviéticos prendem os oficiais do exército polonês e, dentre eles está Andrzej (Artur Zmijewski) e Jerzy (Andrzej Chyra), dois jovens militares. Andrzej tem uma esposa chamada Anna (Maja Ostaszewska), que tenta convencer seu marido de fugir do cerco feito pelos soviéticos, porém Andrzej é um homem honrado e seus valores o impedem que ele fuja com sua família. Enfim, ele e mais doze mil oficiais poloneses são levados para campos de concentração pelos soviéticos.



Enquanto isso, a Polônia sofre com a dominação nazista: professores são levados para campos de concentração, os parentes de militares são perseguidos e os poloneses são impedidos de se locomover livremente pelo interior do país.


Até nesse instante, a obra de Wajda mostra um país sendo sufocado aos poucos. Em uma cena particularmente interessante, um soldado soviético rasga bandeiras da Polônia ao meio: a parte vermelha ele pendura enquanto a parte branca ele usa para limpar os sapatos. Mais uma metáfora inteligente construída pelo diretor.


O filme passa então para 1940; Anna está fugindo dos nazistas junto com sua filha e Andrzej permanece no campo de concentração. Nesse ano ocorre a ruptura do tratado de paz entre os nazistas e os soviéticos e é também nesse ano que ocorre o massacre de Katyn: os doze mil oficiais poloneses são assassinados a sangue frio pelos soviéticos.


Nesse momento o filme dá uma guinada para 1945. Os soviéticos, vitoriosos, passam a dominar a Polônia e as famílias estão em busca de seus familiares militares seqüestrados em 1939. É a partir daí que Wajda mostra todo seu poder como diretor ao acompanhar o drama de três mulheres envolvidas indiretamente pelo terrível massacre: Anna, a mulher do general e Agnieszka. As três estão envolvidas e interligadas pelo infame massacre realizado pelos soviéticos e Wajda foca sua lente para o drama das três.


Katyn se torna um filme relevante a partir desse ponto: Wajda explora como a dominação afetou a população polonesa durante esses anos. Anna representa a amargurada; a mulher do general representa a inconformada; Agnieszka representa a revoltada. Essas três personagens resumem os sentimentos de uma nação "estuprada" (desculpem o termo) por outras.


Katyn é um grande filme em todos os sentidos: ótima direção, grandes interpretações e impecável em sua parte técnica. A fotografia é uma beleza sem descrições: parece que a maior parte das cenas foram retiradas de belos quadros antigos; desde o posicionamento dos atores, a disposição dos objetos de cena e os enquadramentos da câmera, parece que estamos vendo uma sucessão de telas européias do século XVIII ou XIX.


Uma cena de grande destaque é a final, que nos mostra o que aconteceu na floresta de Katyn com os poloneses. Apesar do apelo ao sentimentalismo, a cena deixa qualquer um abatido o suficiente para se emocionar e refletir sobre o que acabou de assistir.



É impressionante o fato do massacre de Katyn ter sido encoberto pelos soviéticos por mais de cinqüenta anos, culpando os nazistas pelo feito. É um alívio ver um cineasta como Wajda remexendo nesse episódio negro da história da Europa. Nunca é tarde para se repara um erro e Wajda sabe disso.


Katyn é uma obra sensacional, que concorreu ao Oscar de filme estrangeiro e ganhou vários outros prêmios. Deve ser assistida para sabermos os horrores que envolvem a pior de todas as guerras já travadas. Um filme impressionante, no mínimo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Star Trek: Nêmesis


Esse ano, a minha maior satisfação no cinema foi assistir à sensacional aventura Star Trek, dirigida por J. J. Abrams. Eu posso dizer que ontem eu tive uma grande decepção no sofá de minha casa assistindo Jornada nas Estrela: Nêmesis (Star Trek: Nemesis, 2002).


A história desse filme gira em torno de um clone do capitão Picard que foi criado pelos romulanos com o intuito de se tornar um espião dentro da Federação. Todavia, como o próprio clone intitulado Shinzon explica, o plano é deixado de lado pelos romulanos e Shinzon é relegado a uma vida de escravidão e sofrimento, junto com os remanos, uma raça escravizada pelo império Romulano.


O problema é que Shinzon, com a ajuda dos remanos, consegue escapar e tomar o poder do império Romulano. A primeira medida desse misterioso novo governante é tentar estabelecer um acordo de paz com a Federação e, o enviado para essa missão é o bom e velho Picard.


Mas é claro que as intenções de Shinzon são outras: atacar a Federação (mais especificamente, a Terra), destruir os romulanos e se apropriar de Picard para que ele consiga sobreviver ao seu envelhecimento precoce (isso é explicado no filme). Shinzon parece ter saído de um livro da escola realismo/naturalismo, pois vive usando como motivação o determinismo (ele é um molde do Picard e age como o capitão, tendo como desculpa o fato de ser parecido com ele).



É claro que nessa síntese eu não estou dizendo absolutamente nada a respeito da trama sobre o andróide Data que divide as atenções na tela junto com o diplomático capitão da Enterprise. Isso pode ser explicado devido a participação direta de Brent Spiner no roteiro da obra.


O filme foi dirigido por Stuart Baird que dirigiu outros dois filmes (que por sinal são ótimos): US Marshals e Momento Crítico. Aqui, Stuart entrega uma direção normal e sem muito estilo. A maior crítica vai para o uso de algumas imagens em câmera lenta que irritam um pouco.



O filme tem uma fotografia interessante, com o espaço sendo retratado em tons esverdeados (cor que domina a produção). Outro detalhe que vale mencionar é o design da produção que caprichou nas naves (especialmente a nave de Shinzon), no visual mais escuro no interior da Enterprise e nos uniformes da Frota. A única exceção vai para a roupa de Shinzon que mais parece uma alegoria de carnaval.


Já que estamos falando do vilão, é seguro dizer que o ator Tom Hardy está horrível no papel. Talvez por ter sido mal escrito ou pela fraca performance de Hardy, Shinzon é um vilão desinteressante e chato; isso é péssimo para uma série que produziu dezenas de vilões memoráveis (Khan, Q, os borg e vários outros).



Acredito que o maior problema de Star Trek: Nêmesis é seu roteiro sem graça. A história se arrasta em alguns momentos e o argumento em si é muito fraco. A motivação do vilão não cola e alguns personagens da série são deixados de lado (por exemplo, o comandante William Riker, que deve ter umas dez falas no filme inteiro).


A tripulação da Nova Geração está toda presente (menos o irritante Wesley Crusher, felizmente) com todos os atores desempenhando seu papéis com segurança. Há a participação de atores convidados como Whoopi Goldberg e Bryan Singer (que não é ator, mas vamos dar um desconto).



A música do filme foi composta por Jerry Goldsmith que já havia composto a trilha sonora da série (incluindo a inesquecível música tema da Nova Geração). Esse foi seu penúltimo trabalho antes de morrer em 2004. Em Nêmesis, Goldsmith compôs uma variação dessa música tema com um ritmo mais cadenciado e épico, apropriado para o filme.



Algumas cenas de ação são extremamente bacanas como a corrida no deserto (reparem como os alienígenas lembram, nessa cena, o lendário povo da areia de Star Wars) e o embate entre a Enterprise e a nave de Shinzon (essa cena é ótima). No mais, Star Trek: Nêmesis é um filme razoável, recomendado para os fãs da série e amantes de ficção científica. Para mim, esse filme foi uma decepção e tanta. Uma pena esse ser o último filme da tripulação da Nova Geração. Uma pena mesmo. Star Trek: Nêmesis não foi uma bela despedida para uma tripulação tão amada e cultuada quanto a da série clássica.


Por onde anda o elenco original da série?



Patrick Stewart – Capitão Jean-Luc Picard


O diplomático capitão da Enterprise não anda fazendo muito cinema ultimamente. Suas participações limitam-se à dublagem de um dos personagens da série American Dad. Uma pena, já que Stewart é um dos grandes atores britânicos ainda vivo. Quem sabe o chamam para algum papel nesse último Harry Potter?


Jonathan Frakes – Comandante William Riker


O galã da Enterprise dos anos 80 assumiu a carreira de diretor que ele já vinha ensaiando desde que dirigiu nada menos do que 8 episódios de Star Trek: A nova geração. De lá pra cá, Frakes dirigiu o bobinho Clockstoppers, Thunderbirds (que foi um fiasco de bilheteria) e os dois últimos exemplares da série de telefilmes O Guardião.


Levar Burton – Engenheiro Geordi La Forge


Esse também se aventurou na direção de episódios de séries famosas (JAG, Las Vegas e outras). Seu último papel num filme grande foi em Ali, no ano de 2002.


Marina Sirtis – Conselheira Deanna Troi


Com uma filmografia pós-Jornada nas Estrelas razoavelmente grande, Marina Sirtis pode ser vista no recente O Grito 3 que já chegou às nossas locadoras. Existem vários títulos menores que contam com a presença dela como coadjuvante.


Brent Spiner – Comandante Data


O inesquecível andróide da Enterprise é um dos atores do elenco que possui a carreira mais bem sucedida. Ele atuou no recente Super Herói - O filme e n'O Aviador, ambos como coadjuvante. Participou de alguns filmes da década de 90 como Fenômeno e Independence Day.


Michael Dorn – Tenente Worf


O intérprete do Klingon mais querido da série, trabalhou na dublagem de desenhos (Liga da Justiça, Ben 10 e outras) além de série como Without a Trace e Heroes. Protagonizou filmes mais recentes, como Meu Pai é Noel 3 e Shade.


Gates McFadden – Doutora Beverly Crusher


A atriz que deu vida à Beverly Crusher também não fez muitos filmes após a série. Vale a pena procurar por ela no sensacional A Caçada ao Outubro Vermelho: ela é a esposa de Jack Ryan!


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mensagem aos leitores do blog

Caros amigos do blog Cine Rock and Roll

Muitos internautas e amigos meus fizeram críticas bastante construtivas a respeito do rumo que esse blog está tomando. De fato, talvez por ser novato na blogosfera, o Cine Rock and Roll permanecia como um blog meio perdido, sem personalidade e sem uma razão de existir...

O Cine Rock and Roll é um blog dedicado ao cinema, principalmente. Porém, como o próprio nome indica, a música é um assunto de destaque por aqui. Mas isso não estava acontecendo, como foi bem observado por alguns leitores...

É claro que esses probleminhas surgem do meu amadorismo. Por esse motivo, o blog iniciará algumas mudanças, no que diz respeito à estrutura física do blog, às postagens e, é claro, à proposta do blog em si!



Uma nova proposta

Desde os tempos dos irmãos Lumière, o cinema teve um importante aliado como ferramenta narrativa: a música. Na era dos filmes mudos, o acompanhamento musical era primordial para entreter parte da platéia. Aliada à performance dos atores, a música se tornou importantíssima para o cinema. Quantos filmes sem música você já assistiu? Aposto que não foram muitos...

Por esse motivo o blog Cine Rock and Roll tem uma proposta firme pela frente: comentar não só os filmes que eu assisto, mas também as músicas que envolvem essas produções, as trilhas sonoras que realmente fazem parte do filme, nos ajudando a compreender a mensagem que a obra quer passar.

De agora em diante, o blog Cine Rock and Roll trará, além das indispensáveis críticas, comentários sobre trilhas sonoras inesquecíveis e esquecíveis, músicas que marcaram filmes e vice-versa, reportagens envolvendo o som e o cinema.


Sobre as mudanças

Algumas mudanças ocorrerão no blog: a partir de hoje, eu inauguro duas seções novas – Álbum do momento e Leitura atual. O primeiro é sobre o cd que atualmente eu estou curtindo mais e o segundo é sobre o livro que eu estarei lendo no momento. Para a estréia dessas seções temos o novo álbum do U2 e o livro 3 da série A Torre Negra.

As mudanças devem ocorrer até meados de dezembro, quando o visual final do blog realmente estará terminado. Por enquanto, o layout permanecerá inalterado.

Finalmente

Eu gostaria de agradecer a todas as críticas e sugestões que foram enviadas por vocês. A maior parte dessas idéias foi levada em conta e serão empregadas por aqui. No mais, continuem me acompanhando e lendo o blog Cine Rock and Roll que só irá melhorar com todas essas sugestões criativas e construtivas.

Obrigado por tudo e muito Rock and Roll para vocês!!


domingo, 1 de novembro de 2009

Motoqueiros Selvagens


Uma comédia sem pretensões, além de divertir o público, Motoqueiros Selvagens (Wild Hogs, 2007) é um filme bastante legalzinho. A história de 4 amigos que resolvem viajar por aí sem destino, no melhor estilo Easy Rider, é plausível e familiar, tornando o filme, definitivamente, mais interessante.

É fato que a obra só funciona por causa de seu elenco. Os quatro protagonistas da obra (John Travolta, Tim Allen, William H. Macy e Martin Lawrence) estão em papéis adequados, feitos sob medida. Outro destaque é Ray Liotta, engraçadíssimo como o motoqueiro psicopata líder dos DelFuego, a gangue de motoqueiros malvados do filme.


Outro ponto interessante do filme é a presença de personagens secundários engraçados que não roubam a atenção dos protagonistas (uma falha recorrente nos filmes de comédia atuais) e a presença de ilustres figuras como Peter Fonda, Paul Jr e Sr do American Chopper, Ty Pennington do Extreme Makeover (numa das melhores sacadas do filme) e outras pontas.

Com uma continuação programada para 2011, Motoqueiros Selvagens é um filminho divertido para uma tarde sem compromisso em sua casa.

XXY


XXY (idem, 2007) é um filme argentino sobre o drama de uma pessoa com essa condição genética (conhecida como Síndrome de Klinefelter). A diretora Lúcia Puenzo faz um trabalho interessante na direção, mostrando o suficiente para fazer o expectador se chocar e refletir ao mesmo tempo sobre a complicada vida de Alex (corajosa interpretação de Inés Efron).



O filme não repousa todas as atenções sobre Alex apenas. Temos também o drama dos pais dela(e) e o sofrimento do jovem Alvaro que sente uma atração por Alex. Alvaro, um típico filho renegado pelo pai, sente-se confuso por não saber se gosta de homens ou mulheres. Uma cena excepcional que ilustra esse fato é a conversa na praia entre Alvaro e seu pai.


Com um bom elenco e uma história intrigante, a diretora Lúcia Puenzo fez uma obra reflexiva que peca apenas por não ter uma conclusão (o que seria, francamente, um desafio). Cenas fortes e impressionantes são capturadas com sobriedade, sem atropelar o expectador.

XXY é uma obra que se torna um verdadeiro convite para a reflexão sobre os indivíduos vítimas da Síndrome de Klinefelter. Sem dúvida, vale a pena assistir.