sábado, 28 de março de 2009

O Boxeador Chinês


O bom e velho cinema chinês de artes marciais tem seus fãs pelo mundo todo. E eu sou um deles! Não há como negar a sua atual influêcia no cinema mainstrean americano (vide Matrix e genéricos), com seus "closes" de câmeras, lutas bem coreografadas e atuações exageradas.

O Boxeador Chinês (The Chinese Boxer, 1970), um exemplar desse cultuado gênero de cinema, é bastante interessante. Apesar de ser uma reciclagem de velhos clichês (o lutador que se vinga da morte de seu mestre, culminando num clímax repleto de pancadaria), o filme diverte aos amantes do gênero com suas coreografias mirabolantes como a luta na academia de kung fu e no cassino.

Wang Yu faz o papel principal (mostrando muito talento) e dirige a película, que rendeu uma continuação em 1975.

Apesar de ser um tanto datado, O Boxeador Chinês diverte os menos exigentes e, para os fãs do gênero, é um ótimo exemplar de pancadaria à moda chinesa.

A Mosca

Considerado por muitos um clássico, A Mosca (The fly,1986) de David Cronemberg é um daqueles filmes que ficam na sua cabeça após o final da projeção. Talvez pela chocantes cenas que Cronemberg criou ou o engenhoso roteiro de Charles Edward Pogue, A Mosca tornou-se um verdadeiro fenômeno, vencendo um merecidíssimo Oscar pela maquiagem e sendo um sucesso de bilheteria, resultando numa continuação elogiada. Afinal, esse filme merecia todo esse destaque? A resposta é sim.


O filme acompanha o cientista Seth (ótima interpretação do subestimado Jeff Goldblum), que está desenvolvendo uma máquina de teletransporte. Seu trabalho é acompanhado pela repórter Veronica (Geena Davis) e os dois começam a ter um relacionamento. O problema é que Veronica é constantemente atormentada pelo seu chefe (John Getz), seu ex-namorado. Numa noite, por motivo de ciúmes, Seth fica bêbado e resolve testar a máquina em si mesmo. O problema é que o resultado dessa experiência irá mudar a vida de todos eles, especialmente a de Seth.

A idéia da máquina de teletransporte é bastante engenhosa, lembrando o conceito de Jornada nas Estrelas; A máquina lê o dna da pessoa que entra na máquina, e o copia em outra cabine. O problema é que quando Seth entra na máquina, ele não repara a presença de uma mosca junto com ele; o computador lê ambas sequências genéticas e realiza uma fusão entre as duas, que acarretará na fusão de Seth num homem-mosca.

A transformação de Seth é chocante, repulsiva e melancólica. Aos poucos, ele vai perdendo sua humanidade sendo dominado pelo lado mais obscuro de sua personalidade. A quantidade de cenas escatológicas que ficarão em sua memória após o final do filme será grande. Podemos citar várias cenas como aquela em que Seth perde a orelha, ou quando ele mostra como se alimenta. O ditetor David Cronemberg mostra toda sua coragem ao filmar essas cenas e exibí-las sem nenhum pudor. Realmente, os estômagos mais fracos podem não resistir às cenas mais fortes.
O filme possui uma atmosfera de melancolia impressionante. Sentimos dó de Seth devido à metamorfose que ele sofre; ele não consegue enxergar o monstro no qual ele está se transformando. É nesse sentido que Jeff Goldblum realiza um ótimo trabalho, numa interpretação memorável, sem dúvida nenhuma.
A Mosca é um filmaço, um marco na história da ficção científica, recomendado para os fãs do gênero e amantes de cinema como um exemplo de um filme inteligente e escatológico ao mesmo tempo. Imperdível.

VOLTEI!

Depois de um período de decisões e planejamentos, estou de volta para comentar mais filmes. O blog acaba de passar por uma reforma visual...