sábado, 14 de novembro de 2009

Star Trek: Nêmesis


Esse ano, a minha maior satisfação no cinema foi assistir à sensacional aventura Star Trek, dirigida por J. J. Abrams. Eu posso dizer que ontem eu tive uma grande decepção no sofá de minha casa assistindo Jornada nas Estrela: Nêmesis (Star Trek: Nemesis, 2002).


A história desse filme gira em torno de um clone do capitão Picard que foi criado pelos romulanos com o intuito de se tornar um espião dentro da Federação. Todavia, como o próprio clone intitulado Shinzon explica, o plano é deixado de lado pelos romulanos e Shinzon é relegado a uma vida de escravidão e sofrimento, junto com os remanos, uma raça escravizada pelo império Romulano.


O problema é que Shinzon, com a ajuda dos remanos, consegue escapar e tomar o poder do império Romulano. A primeira medida desse misterioso novo governante é tentar estabelecer um acordo de paz com a Federação e, o enviado para essa missão é o bom e velho Picard.


Mas é claro que as intenções de Shinzon são outras: atacar a Federação (mais especificamente, a Terra), destruir os romulanos e se apropriar de Picard para que ele consiga sobreviver ao seu envelhecimento precoce (isso é explicado no filme). Shinzon parece ter saído de um livro da escola realismo/naturalismo, pois vive usando como motivação o determinismo (ele é um molde do Picard e age como o capitão, tendo como desculpa o fato de ser parecido com ele).



É claro que nessa síntese eu não estou dizendo absolutamente nada a respeito da trama sobre o andróide Data que divide as atenções na tela junto com o diplomático capitão da Enterprise. Isso pode ser explicado devido a participação direta de Brent Spiner no roteiro da obra.


O filme foi dirigido por Stuart Baird que dirigiu outros dois filmes (que por sinal são ótimos): US Marshals e Momento Crítico. Aqui, Stuart entrega uma direção normal e sem muito estilo. A maior crítica vai para o uso de algumas imagens em câmera lenta que irritam um pouco.



O filme tem uma fotografia interessante, com o espaço sendo retratado em tons esverdeados (cor que domina a produção). Outro detalhe que vale mencionar é o design da produção que caprichou nas naves (especialmente a nave de Shinzon), no visual mais escuro no interior da Enterprise e nos uniformes da Frota. A única exceção vai para a roupa de Shinzon que mais parece uma alegoria de carnaval.


Já que estamos falando do vilão, é seguro dizer que o ator Tom Hardy está horrível no papel. Talvez por ter sido mal escrito ou pela fraca performance de Hardy, Shinzon é um vilão desinteressante e chato; isso é péssimo para uma série que produziu dezenas de vilões memoráveis (Khan, Q, os borg e vários outros).



Acredito que o maior problema de Star Trek: Nêmesis é seu roteiro sem graça. A história se arrasta em alguns momentos e o argumento em si é muito fraco. A motivação do vilão não cola e alguns personagens da série são deixados de lado (por exemplo, o comandante William Riker, que deve ter umas dez falas no filme inteiro).


A tripulação da Nova Geração está toda presente (menos o irritante Wesley Crusher, felizmente) com todos os atores desempenhando seu papéis com segurança. Há a participação de atores convidados como Whoopi Goldberg e Bryan Singer (que não é ator, mas vamos dar um desconto).



A música do filme foi composta por Jerry Goldsmith que já havia composto a trilha sonora da série (incluindo a inesquecível música tema da Nova Geração). Esse foi seu penúltimo trabalho antes de morrer em 2004. Em Nêmesis, Goldsmith compôs uma variação dessa música tema com um ritmo mais cadenciado e épico, apropriado para o filme.



Algumas cenas de ação são extremamente bacanas como a corrida no deserto (reparem como os alienígenas lembram, nessa cena, o lendário povo da areia de Star Wars) e o embate entre a Enterprise e a nave de Shinzon (essa cena é ótima). No mais, Star Trek: Nêmesis é um filme razoável, recomendado para os fãs da série e amantes de ficção científica. Para mim, esse filme foi uma decepção e tanta. Uma pena esse ser o último filme da tripulação da Nova Geração. Uma pena mesmo. Star Trek: Nêmesis não foi uma bela despedida para uma tripulação tão amada e cultuada quanto a da série clássica.


Por onde anda o elenco original da série?



Patrick Stewart – Capitão Jean-Luc Picard


O diplomático capitão da Enterprise não anda fazendo muito cinema ultimamente. Suas participações limitam-se à dublagem de um dos personagens da série American Dad. Uma pena, já que Stewart é um dos grandes atores britânicos ainda vivo. Quem sabe o chamam para algum papel nesse último Harry Potter?


Jonathan Frakes – Comandante William Riker


O galã da Enterprise dos anos 80 assumiu a carreira de diretor que ele já vinha ensaiando desde que dirigiu nada menos do que 8 episódios de Star Trek: A nova geração. De lá pra cá, Frakes dirigiu o bobinho Clockstoppers, Thunderbirds (que foi um fiasco de bilheteria) e os dois últimos exemplares da série de telefilmes O Guardião.


Levar Burton – Engenheiro Geordi La Forge


Esse também se aventurou na direção de episódios de séries famosas (JAG, Las Vegas e outras). Seu último papel num filme grande foi em Ali, no ano de 2002.


Marina Sirtis – Conselheira Deanna Troi


Com uma filmografia pós-Jornada nas Estrelas razoavelmente grande, Marina Sirtis pode ser vista no recente O Grito 3 que já chegou às nossas locadoras. Existem vários títulos menores que contam com a presença dela como coadjuvante.


Brent Spiner – Comandante Data


O inesquecível andróide da Enterprise é um dos atores do elenco que possui a carreira mais bem sucedida. Ele atuou no recente Super Herói - O filme e n'O Aviador, ambos como coadjuvante. Participou de alguns filmes da década de 90 como Fenômeno e Independence Day.


Michael Dorn – Tenente Worf


O intérprete do Klingon mais querido da série, trabalhou na dublagem de desenhos (Liga da Justiça, Ben 10 e outras) além de série como Without a Trace e Heroes. Protagonizou filmes mais recentes, como Meu Pai é Noel 3 e Shade.


Gates McFadden – Doutora Beverly Crusher


A atriz que deu vida à Beverly Crusher também não fez muitos filmes após a série. Vale a pena procurar por ela no sensacional A Caçada ao Outubro Vermelho: ela é a esposa de Jack Ryan!


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