


David Lynch nunca deu a própria interpretação quanto sua própria obra, dando margem às teorias individuais que surgem depois de se assistir ao filme. Não há como negar que o filme é, diversas vezes, pertubador. Algumas cenas ficam em sua cabeça, como a cantora que fica pisoteando os vermes que caem do teto no teatro, ou a cena em que o bebê está doente.
O diretor consegue impor um ritmo surreal à obra, deixando o espectador confuso e abalado com o clima do filme. O som da obra, incômodo em certos momentos, contribui para o desenrolar enigmático e sombrio do filme. Trata-se do retrato alucinado de um futuro caótico e terrivelmente opressivo.
Jack Nance está fantástico na pele de Henry, um personagem medíocre e oprimido pela realidade. O restante do elenco também está ótimo.

A obra em si é cercada de mistérios envolvendo a realização do bebê deformado (ninguém sabe como foi feito) e algumas mortes misteriosas (o cinegrafista morreu pouco tempo após a realização da obra) e o próprio Jack Nance que foi morto em 1996 de maneira inexplicável.
A produção do filme foi conturbada, sendo finalizada com 5 anos de duração (apesar de seus curtos 88 minutos).
Sobre todos os aspectos, David Lynch construiu em seu primeiro filme, uma obra assustadora, inclassificável e incompreensível, campeã das chamadas sessões malditas. Eraserhead é um cult com louvor e um clássico do surrealismo no cinema; assista e mergulhe de cabeça no universo medonho de David Lynch.
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